PEDIDOS DE OPINIÕES

Pedimos a quem nos visite!... que nos deixe a vossa opinião, utilizando o espaço das mensagens ou comentários, estamos empenhadas a 100% neste blogue.
Mas, gostávamos de saber se o mesmo, será do vosso agrado...Para nós é muito importante a vossa opinião.

Porque, este blogue, foi criado a pensar em si.
Um bem-haja para todos.....obrigado

---------------------------------------------------------------


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

ANTÓNIO ROCHA

PROCURA VÃ ( António Rocha / Fado Maria Rita )



PROCURA VÃ

Andei á tua procura
Na rua do esquecimento
Procurei mas não te vi
Nessa noite fria e escura
Ouvi apenas o vento
Que veio falar-me de ti

Não sei se o vento mentiu
Ou me disse com verdade
Coisas que nem adivinhas
Pois contou-me que te viu
Na travessa da saudade
E tinhas saudades minhas

Fui lá mas não vi ninguém
Apenas a voz do vento
Deixou-me triste e surpreso
Porque te viu com alguém
Nesse preciso momento
Junto ao beco do desprezo

Cansado de procurar-te
Ruas e ruas em vão
E tu sem nunca apareceres
Resolvi então esperar-te
No largo da solidão
Podes vir quando quiseres

MARINA MOTA

MEU NOME



MEU NOME

Com a guitarra e viola
E os seus dedilhadores
Eu vou me apresentar
Boa noite meus senhores

Eu sou do bairro de Alcântara
De grande tradição bem de moda
Gosto de cantar o fado
Meu nome é Marina Mota

Ando na escola a estudar
Com toda a dedicação
Mas o fado e a guitarra
Estão no meu coração

Certo dia ao serão
Pus-me a cantarolar
Imitando a viola
E a guitarra a trinar

Perdoem a ousadia
De eu me apresentar
Sou pequena mas com fé
O fado hei-de cantar

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

TERESA TAROUCA

COMPANHEIRO ( Pedro Homem de Melo / Lima Brummom )



COMPANHEIRO

Negaram-lhe a luz
Negaram-lhe a água
Negaram-lhe o vinho
As rosas por pão

Meu único amigo
Meu único irmão
Não teve jazigo
Não teve caixão

E se encontrou cama
Onde ainda se deite
É porque a beleza
É feita de mágoa

Meu único amigo
Meu único irmão
Não teve jazigo
Não teve caixão

Embrulhou-o a lua
Em seu cobertor
Meu único amigo
Meu único amor

Não teve jazigo
Não teve caixão
Teve uma guitarra
O meu coração

JOSÉ MANUEL BARRETO

DÁDIVA ( Teresa Tarouca / Armando Machado )



DÁDIVA

Se morrer a descansar
Eu peço a Deus a cantar
Que me deixe adormecer
Mas se vir o teu olhar
Eu peço a Deus p’ra esperar
E não me deixar morrer

Põe a tua mão na minha
Olha p’ra mim e caminha
Quero ser a tua luz
Quero seguir os teus passos
Dar-te o meu corpo em abraços
E levar a tua cruz

Põe no teu olhar a esperança
Faz de mim nova criança
Acende luar no céu
Põe a tua mão na minha
Sorri para mim e caminha
Que o teu caminho é o meu

RICARDO RIBEIRO

A MINHA ORAÇÃO ( João Black / Mário Rainho )



A MINHA ORAÇÃO

Não fui menino de coro
Nunca aprendi a rezar
Mas aprendi este choro
Que a vida me soube dar

Esta mágoa na garganta
Com que canto os meus revezes
Diz o povo que quem canta
Reza sempre duas vezes

Cada verso uma oração
Um padre-nosso rezado
E na minha confissão
Vão as rimas do meu fado

Nunca aprendi a rezar
A erguer as mãos aos céus
Mas eu sinto que ao cantar
Estou a conversar com Deus

JENYFER RAINHO

MEU AMOR NÃO VALE A PENA ( Almeida Santos / Fado Acácio )



MEU AMOR NÃO VALE A PENA

Meu amor não vale a pena
Teres dó do meu coração
E fingires falsa ternura
Quando a sorte nos condena
Ao amor da solidão
Atraiçoa-lo é loucura

Solidão é toda a gente
É cada olhar cada rosto
Que mora onde a gente mora
Viver a vida de frente
Achar prazer no desgosto
Chorar ao pé de quem chora

È cada pobre que pede
É Guitarra abandonada
Á espera de melodias
É cada boca, cada boca com sede
É tudo dentro do nada
Que preenche os nossos dias

Não te ter e sempre ter-te
Julgar que ainda te tenho
Sabendo que te perdi
É ganhar-te no perder-te
Ter perdido o que mantenho
Ter-te sem esperar por ti

MARINA MOTA

O FADO NÃO É CASTIGO



O FADO NÃO É CASTIGO

O fado um dia nasceu
Pra ser eterno Deus quis
Quem diz que o fado morreu
Não sabe aquilo que diz

Oh guitarra minha amiga
Teu mavioso trinar
Põe-me tão entristecida
Penso que estás a chorar

O fado não é castigo
O fado é alma a vibrar
Ele anda sempre comigo
Pois eu nasci pra cantar

Se foi Deus que assim o quis
Até quando Deus quiser
Canto o fado eu sou feliz
A vida dá-me prazer

Com a maior devoção
Toda a vida o hei-de amar
Porque o fado é oração
Que eu vou rezando a cantar

JOSÉ GEADAS

CANTAR A MEU JEITO (excerto)& MEU ALENTEJO TÃO QUERIDO ( Manuel Rodrigues / Estrela Meirinho )



CANTAR A MEU JEITO & MEU ALENTEJO TÃO QUERIDO

Vou cantar o fado
Que tanto me abraça
O fado é mistério, é triste e vadio
Mas também tem graça

Quero ser fadista cantar a meu jeito
Quando piso o palco
Sinto o coração a bater no peito

MEU ALENTEJO TAO QUERIDO

Meu Alentejo tão querido
Eu aqui tenho crescido
Não sabes como eu te amo
Levo-te pra todo o lado
Gosto de cantar o fado
Com sotaque alentejano

Adoro poder brincar
De correr e de saltar
Sempre sempre de campo aberto
Em perfeita harmonia
A viver esta alegria
Tenho o meu irmão por perto

Aqui o sol é o meu lume
As flores têm mais perfume
As estrelas mais brilhantes
Passarinhos a cantar
O regato a murmurar
Os campos mais verdejantes

Eu adoro a natureza
Com toda esta beleza
De ficar inebriado
É tudo isto que eu amo
Com sotaque alentejano
Gosto de cantar o fado

ANTÓNIO ROCHA

A MINHA ESTRELA ( Conde Sobral / )



A MINHA ESTRELA

No azul silento do céu
Brilha uma estrela sozinha
Concerteza que é a minha
Tão sozinha como eu

Já farto de mendigar
A esmola de um olhar teu
Fui meus olhos repousar
No azul silento do céu

No firmamento sem fim
Que a mão de Deus acarinha
Talvez com pena de mim
Brilha uma estrela sozinha

A sua luz lembra bem
A que dos teus olhos vinha
Mas a constância que tem
Concerteza que é a minha

Passo as noites a revê-la
Na graça que Deus me deu
Ando preso a essa estrela
Tão sozinha como eu

LINDA LEONARDO

MISTÉRIO DE FADO (Carlos Baleia / Marino de Freitas )



MISTÉRIO DE FADO

Há um mistério qualquer
Que ninguém sabe entender
Á tua volta Lisboa
Um segredo de mulher
Que nunca diz o que quer
Silencio que se perdoa

Talvez saudades de amante
Que assim te põem distante
E calam a tua dor
Ou talvez a cada instante
Num silêncio provocante
Recorde as noites de amor

Depois do sol se deitar
Quando a lua já brilhar
Com a guitarra a teu lado
A tua voz ó cidade
Num mistério de saudade
Confessar-se- á num fado

CÉSAR MORGADO

IMIGRANTE



IMIGRANTE

Longe da sua terra o imigrante
Desde o que nada tem ao que venceu
Recorda com saudade a todo o instante
A casinha singela onde nasceu

Revê a sua aldeia tão branquinha
Sem ódios sem invejas nem vaidades
Recorda a voz dos sinos da ermidinha
Na terna sinfonia das trindades

Lembrando o que deixou o seu peito encerra
Um misto de amargura e de ansiedade
E mesmo as coisas más da sua terra
Hoje são para ele uma saudade

Quando voltar que deus lhe de o gosto
Beijar sua mãezinha com ternura
Quer tê-la nos seus braços ver-lhe o rosto
E não deitar flores na sepultura

CELESTE RODRIGUES

VELHAS SOMBRAS ( António Sousa Freitas / M. Nóbrega e Sousa )



VELHAS SOMBRAS

Por toda a vida as sombras passam
Num rumo igual a outro rumo
As sombras vão e não se abraçam
E as vidas são nuvens e fumo

Assim eu passo também
Meus dias meus anos
Num sonho antigo que tem
Tristezas enganos
E so dou por mim agora
Meu amor a cantar aquele dia
Estranho dia estranha hora
Das velhas sombras tão sombrias

Amar-te é como o amor responde
Ao seu apelo ao seu cantar
E trás as sombras em que esconde
A tua sombra o teu olhar

AMÁLIA RODRIGUES

AMOR SEM CASA ( D.R. / Alain Oulman )



AMOR SEM CASA

O amor sem rosto o amor sem casa
Pássaro pequeno de asa tão leve
De asa tão leve pra onde me levas
O amor sem casa o amor sem tréguas

O amor sem tréguas o amor sem guerras
Asa sem destino pra onde me levas
Pra onde me levas deixai-me ficar
Não quero amanha hora de chegar

Hora de chegar a lugar nenhum
Não sou de ninguém deixai-me ficar
Deixai-me ficar não sei porque vim
Deixai-me partir não sei porque vou

Não sei porque vou que vento me leva
O amor sem rosto o amor sem tréguas
Não sei onde vou que sopro me arrasta
O amor sem rosto o amor sem casa

ISABEL DE OLIVEIRA

CRUZ DE GUERRA ( Armando Neves / Miguel Ramos )



CRUZ DE GUERRA

Quando vieram dizer á pobre mãe
Que o filho tinha morrido lá na guerra
Ela ajoelhou a tremer sentindo bem
O desgosto mais dorido que há na terra

Trouxeram-lhe a cruz de guerra de seu filho
Como valente soldado a merecera
E sobre ela a mãe poisou o olhar sem brilho
Recordado o filho amado que perdera

Na cruz de guerra pegou como quem recebe
Um reconforto divino que sonhava
Com ternura a colocou serenamente
No berço em que pequenino o embalava

Pobre mãe santa do céu em pleno inferno
Pôs-se a embalar o berço e a dizer
Dorme dorme filho meu o sono eterno
Como eterna é a minha dor de te perder

A a pobre mãe rematou neste contraste:
Dorme, dorme o sono eterno filho meu
Por causa da cruz de guerra que ganhaste
Quantas mães estão chorando como eu?

ANTÓNIO MENANO

MENINA E MOÇA (?)



MENINA E MOÇA

É preciso ter sofrido
E ter-se de amor chorado
Pra se entender o sentido
Que há na tristeza do fado

Numa noite de luar
Sob um céu doce e calado
Nada se pode igualar
Á mágoa de um triste fado