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sábado, 26 de dezembro de 2009

ADÉLIA PEDROSA

FADINHO DO BACALHAU (Ary dos Santos / Paulo de Carvalho)



FADINHO DO BACALHAU

Dantes era o mais fiel,
Dos amigos deste povo
Até com espinhas e pele
Marchava com couves,
Com alho e com ovo
Agora subiu de posto,
Está pela hora da morte
Quem quiser saber-lhe o gosto
Vai pagar com juros e tem muita sorte

Ai que saudades do meu bacalhau
Das pataniscas, das postas na brasa
Com cebolinhas e com colorau
Com feijão frade à moda da casa;
Ai pastelinhos, onde é que eles estão?
Meia-desfeita quando é que eu a faço?
E até aquilo que se faz à mão
Sem bacalhau, nunca mais faço

Quando fores à mercearia,
Não compres por lebre gato
Se é abrotea é porcaria
Enrola no tacho e não sai barato
O que é preciso é a malta,
Exigir de muitos modos
Que se acabe com a falta
E haja bacalhau com todos, p’ra todos

Ai que saudades do meu bacalhau
Das pataniscas, das postas na brasa
Com cebolinhas e com colorau
Com feijão frade à moda da casa;
Ai pastelinhos, onde é que eles estão?
Meia-desfeita quando é que eu a faço?
E até aquilo que se faz à mão
Sem bacalhau, nunca mais faço

Ai pastelinhos, onde é que eles estão?
Meia-desfeita quando é que eu a faço?
E até aquilo que se faz à mão
Sem bacalhau, nunca mais faço

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