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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

CARLOS DO CARMO

POR MORRER UMA ANDORINHA "VERSÍCULO" (Frederico de Brito / Alfredo Duarte / Adapt de: Judite Leal)



POR MORRER UMA ANDORINHA "VERSÍCULO"

Se deixaste de ser minha... minha dor
Não deixei de ser quem era... e tudo é novo
Por morrer uma andorinha... sem amor
Não acaba a primavera... diz o povo

Como vês, não estou mudado... felizmente
E nem sequer descontente... ou derrotado
Conservo o mesmo presente... do passado
E guardo o mesmo passado... bem presente

Eu já estava habituado... a este fado
A que não fosses sincera... em teu amor
Por isso, eu não fico á espera... do sabor
Duma ilusão que eu não tinha... e nem renovo;
Se deixaste de ser minha... minha dor
Não deixei de ser quem era... e tudo é novo

Vivo a vida como dantes... a cantar
Não tenho menos nem mais... do que já tinha
Os dias passam iguais... p’ra não voltar
Aos dias que vão distante... de seres minha

Horas minutos instantes... desta vida
Seguem a ordem austera... com rigor
Ninguém se agarra á quimera... sem valor
Do que o destino encaminha... e não é novo;
Pois por morrer uma andorinha... sem amor
Não acaba a primavera... diz o povo

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