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sábado, 24 de abril de 2010

ROSITA

VERSOS À MINHA MÃE (Manuel Carvalho / Fado Carriche)



VERSOS Á MINHA MÃE

Se pudesses cá voltar
Ó minha mãe minha santa
Tinha tanta coisa tanta
Minha mãe p’ra te contar

Na vida o amor de alguém
Para amar eu conheci
Não me compensa de ti
Mas sou feliz minha mãe

P’ra compensar teus afectos
Dos filhos tenho meiguices
Ó minha mãe se tu visses
Que lindos são os teus netos

Eu rezo á virgem por ti
Saudosa do teu amor
Minha vida era melhor
Se tu voltasses aqui

Num canto desse jardim
Se vires o meu pai também
Diz-lhe que vai tudo bem
E dá-lhe um beijo por mim

NELSON DUARTE

ANOS DE CASADOS (Manuel Carvalho / Fado Esmeraldinha)



ANOS DE CASADOS

Hoje fazemos anos de casados
Trago rosas vermelhas para te dar
E um molho de beijos perfumados
Pelo prazer que tenho de te amar

Cá vamos pela vida a caminhar
Sempre de mão dada companheira
Os filhos são o sal p’ra temperar
Este nosso amor p’rá vida inteira

Chamou-nos o destino quando quis
Juntar duas vidas num só fado
Fez de mim o homem mais feliz
Por te ter a ti sempre a meu lado

Bendita seja a hora em que te vi
Grato por na vida seres meu par
E por ainda gostar tanto de ti
Trago rosas vermelhas p’ra te dar

JOAQUIM BRANDÃO

VIVES NO MEU PENSAMENTO (Manuel Carvalho / Fado Rosita)



VIVES NO MEU PENSAMENTO

Não me sais do pensamento
Tu andas sempre comigo
A cada hora e momento
Eu ando no fado contigo

Para te ver a surgir
Basta meus olhos fechar
E tu lá vens a sorrir
Á minha mente brincar

Á noite sonho contigo
E adormeço num beijo
Mas durmo para meu castigo
Um sono feito desejo

Quando me ponho a pé
Lá começa o meu tormento
Sabe-me a beijo o café
Não me sais do pensamento

ARTUR BATALHA

QUADRAS SOLTAS ( )



QUADRAS SOLTAS

Ouvi um fado sem nome
Numa voz entristecida
Não sei porquê recordou-me
O fado da minha vida

Eu vi minha mãe rezando
Aos pés da virgem Maria
Era uma santa escutando
O que outra santa dizia

Ó minha mãe minha mãe
Ó minha mãe minha amada
Quem tem uma mãe tem tudo
Quem não tem mãe não tem nada

Nenhum fadista tem sorte
Rogai por nós virgem mãe
Agora sempre e também
Na hora da nossa morte

AMÉLIA MARIA

ESTE MEU AMOR SECRETO ( Manuel Carvalho / Fado Primavera)



ESTE MEU AMOR SECRETO

Este meu amor secreto
Vive tão longe e tão perto
Faz minha vida em pedaços
Mas de tão lindo e profundo
Eu sinto que tenho o mundo
Quando ele está nos meus braços

Um dia se não o vejo
A saudade e o desejo
Vão aumentando em meu peito
Eu vivo nesta ansiedade
E nesta cumplicidade
Traz minha vida sem jeito

Estendo o braço na cama
Mas o frio não me engana
O meu peito é um deserto
E com ele quando sonho
Muitas vezes eu suponho
Que está comigo tão perto

Seu beijo é bebida
Que sacia a minha vida
Na sede do meu afecto
É tão doce e sublime
Que de tão puro redime
Este meu amor secreto

ANITA GUERREIRO

SENHORA DA SAÚDE (Francisco Radamenteo / Raúl Ferrão)



SENHORA DA SAÚDE

Ai Mouraria roubam-te a jóia mais bela
A dona airosa capela que é teu brasão
Ai nunca mais há pelas ruas rosmaninho
Atapetar o caminho da procissão

Não faltam mais as matines engomadas
Chinelas afiambradas e as samarras
Ai mouraria vão levar pra outro lado
Nossa senhora do fado e das guitarras

Padroeira dos corações fadistas
Nas vielas bairristas eras a luz da vida
A teus pés a pinóia do fado
Chorando o seu pecado
Rezava arrependida
Virgem santa Senhora da saúde
Os homens de alma rude
Roubam-te á Mouraria
Santa virgem sem o teu lindo altar
Onde é que há-de ir rezar
Uma Rosa Maria

Ai Mouraria vai-se-te a graça o encanto
Desse divino recanto da padroeira
Ó pecadora dai-lhe ao menos o desvelo
Dum oratório singelo na Amendoeira

Pra que as fadistas daqui e do Capelão
Tenham amparo e perdão na sua dor
Pra que as guitarras da moirama sonhadora
Rezam a nossa senhora canções de amor


Padroeira dos corações fadistas
Nas vielas bairristas eras a luz da vida
A teus pés a pinóia do fado
Chorando o seu pecado
Rezava arrependida
Virgem santa Senhora da saúde
Os homens de alma rude
Roubam-te á Mouraria
Santa virgem sem o teu lindo altar
Onde é que há-de ir rezar
Uma Rosa Maria

VERDES ANOS

MINHA MÃE ( )



MINHA MÃE


Ó minha mãe minha mãe
Ó minha mãe minha amada
Quem tem uma mãe tem tudo
Quem não tem mãe não tem nada

Quem não tem mãe não tem nada
Quem a perde é pobrezinho
Ó minha mãe minha mãe
Onde estás que eu estou sozinho

Estou sozinho no mar alto
Sem medo á noite cerrada
Ó minha mãe minha mãe
Ó minha mãe minha amada

CARLOS ZEL

QUE OS MEUS AMIGOS ME CANTEM ( )



QUE OS MEUS AMIGOS ME CANTEM

Quando eu morrer que o meu corpo
Vá sobre as ondas do mar
Que um poeta quando morto
Já não pode naufragar

Que os meus amigos me cantem
Uma canção de embalar
E gaivotas me transportem
Por sobre as ondas do mar

Que uma flor seja atirada
Sobre o meu corpo dormente
Que uma flor incendiada
Só não queima quem não sente

Que se acabe em cada porto
O medo de cada olhar
Que um poeta que está morto
Vai sobre as ondas do mar

CARLOS RAMOS

TORRE DE BELÉM ( )



TORRE DE BELÉM

Velha torre de Belém
Padrão de estilo invulgar
Onde Portugal contém
Toda a história de além-mar

Nas tuas pedras singelas
A glória gravou bem fundo
A rota das caravelas
Que deram mundos ao mundo

E nas pedras rendilhadas
Floriu a rosa-dos-ventos
Que acompanhou as cruzadas
E os grandes descobrimentos

Sentinela vigilante
Teu nome no mundo inteiro
Recorda o tempo distante
De Portugal marinheiro

Foi de Belém que partiram
Quando mar era um mistério
Essas naus que descobriram
As terras do nosso império

Velha torre de Belém
Padrão de estilo invulgar
Onde Portugal contém
Toda a história de além-mar

sexta-feira, 23 de abril de 2010

FILOMENO SILVA

UM LEVE GOSTO A PECADO (Manuel Carvalho / Fado Franclim)



UM LEVE GOSTO A PECADO

És na vida a minha sina
Tu és um sonho de deus
Que minha alma ilumina
E alegra os olhos meus

O teu olhar meigo e doce
Duma doçura divina
E mesmo que assim não fosse
És na vida a minha sina

Um leve gosto a pecado
Têm teus lábios nos meus
Tu és na vida o meu fado
Tu és um sonho de deus

O teu corpo me seduz
E tudo em ti me fascina
Meu amor tu és a luz
Que minha alma ilumina

Não passo um dia sem dar
De beber aos lábios teus
Nasce luz no teu olhar
E alegra os olhos meus

LINA SARDINHA

OS MEUS OLHOS SÃO DOIS CÍRIOS ( )



OS MEUS OLHOS SÃO DOIS CÍRIOS

Os meus olhos são dois círios
Dando luz triste ao rosto
Marcados pelos martírios
Da saudade e do desgosto

Quando oiço bater trindades
Que a tarde já vai no fim
Eu peço às suas saudades
Um padre-nosso por mim

Mas não sabes fazer preces
Não tens saudade nem pranto
Porque é que tu me aborreces
Porque é que eu te quero tanto

Mas para meu desespero
Como as nuvens que andam altas
Todos os dias te espero
Todos os dias me faltas

MIGUEL SILVA

A MELHOR DE TODAS ( Carlos Conde / Miguel Ramos)



A MELHOR DE TODAS

Apesar de na vida em que me iludo
A paixão ser um pouco de estranhar,
Eu tive uma mulher que me deu tudo
O que na vida mais se pode dar!

Furtou-me ao caminho desvairado
Onde as vidas sem norma se consomem,
E aconselhou-me sempre a ser honrado
A virtude maior que tem o homem!

Nunca me abandonou nas incertezas
Que fazem apressar os nossos dias,
Chorou sempre comigo nas tristezas
P’ra comigo sorrir nas alegrias!

Deu-me beijos sem fim de amor sem par
Numa ardência profunda e altaneira,
E nunca precisou p’ra me beijar
De saber quanto eu tinha na carteira!

Essa mulher de um bem nobre e profundo
Como outro amor não tive em mais ninguém,
Era a mulher mais rica deste mundo
A mais rica por ser a minha mãe!

CILA D'AIRE

LENDA DO MAR ( Carlos Conde / )



LENDA DO MAR

Fui ouvir a voz do mar
Feito de sonho e de lenda
Vi morrer ondas na areia
Mas deixando a praia cheia
De filigranas de renda

Vou ouvir no cantar das ondas
Um caso de amor profundo
Dois noivos que em sobressalto
Foram noivar no mar alto
Longe das bocas do mundo

Uniram-se eternamente
Num fervor apaixonado
E a noiva em ultima prece
Pediu que o mar lhe tecesse
O fino véu do noivado

O mar prometeu que sim
Por estranho que pareça
E as ondas com alegria
Trabalham noite e dia
Para cumprir a promessa

Trabalham e vão morrendo
Morrendo sempre a cantar
Para não fugir á lenda
Deixam recortes de renda
Na areia branca do mar

DUARTE

FADO NOVEMBRO (Duarte / Fado meno)



FADO NOVEMBRO

Trago em todos os meus fados
Um não sei que de saudade
Corações danificados
E dias sem ter vontade
Trago em todos os meus fados
Um não sei quê de saudade

Trago em todos os meus fados
Aquela melancolia
De quem anda sem cuidados
De fazer de noite os dias
Trago em todos os meus fados
Aquela melancolia

Faço coisas que não digo
Digo coisas que não faço
Às vezes fado é castigo
Outras vezes é cansaço
Faço coisas que não digo
Digo coisas que não faço

Por cada fado que canto
Pago uma noite perdida
Mas se eu perdesse este canto
Perdia também a vida
Mas se eu perdesse este canto
Perdia também a vida

quarta-feira, 14 de abril de 2010

CARLOS RAMOS

O TEU OLHAR
Letra: Fernando Farinha / Música: Carlos Ramos



O TEU OLHAR

Desde que vi os teus olhos
Tenho o meu fado marcado
Meu fado são os teus olhos
Teus olhos são o meu fado

Teus olhos meninos tontos
Dentro de mim estão brincando
Se ergo os meus olhos um pouco
Vejo os teus olhos dançando

Eu quis cantar ao teu olhar que me encantou
Pois nele achei como não sei inspiração
Foi o calor dum olhar teu que me prendeu
E desde então o teu olhar é a razão desta paixão

Todas as minhas canções
Vivem do teu lindo olhar
Quando não olhas p’ra mim
Já eu não posso cantar

Teus olhos são dois poetas
De grande imaginação
Foram eles que ditaram
Os versos desta canção

Eu quis cantar ao teu olhar que me encantou
Pois nele achei como não sei inspiração
Foi o calor dum olhar teu que me prendeu
E desde então o teu olhar é a razão desta paixão

terça-feira, 13 de abril de 2010

MARIA SILVA

FADO ANTIGO ( )



FADO ANTIGO

Toda a mulher que for mãe
Tem este penar profundo
Ter filhos e não saber
O que eles serão no mundo

Dizem que amar é sofrer
Não o nego assim será
Mas bem ditoso sofrimento
Que tanto prazer nos dá

Quem ama muito padece
Lá diz um ditado antigo
Há quem ame e não parece
Porque guarda a dor consigo

SUSANA LOPES

MEU PORTUGAL MEU AMOR (José Luis Gordo / José Fontes Rocha)



MEU PORTUGAL MEU AMOR

Ai meu país
De onde vens pra onde vais
Com tanta gente a fazer
Dos teus dias os meus ais

Ai meu país
Minha terra portuguesa
De Camões
Que tu tiveste
Pelo ventre da tristeza

Todos os dias te canto
Na condição de ser tua
Neste fado neste pranto
Eu por ti ainda canto
Descalça por qualquer rua

Não sei se te cante ou chore
Não sei se te grite um dia
Que na força deste canto
Rasgo a alma e digo em pranto
Que eu por ti ainda morria

Ai meu país
Que trazes nos olhos fado
Desse rei que não voltou
Ao seu povo desejado
Na minha boca
Trago sempre o teu sabor
Por isso te canto e digo
Meu Portugal meu amor

MARIANA SILVA

E ASSIM NASCEU O FADO (Joaquim da Silva / José António Sabrosa)



E ASSIM NASCEU O FADO

Quando deus formou as rosas
Neste país encantado
Caiu uma e desfolhou-se
E dela nasceu o fado

Não havia uma canção
Entre as canções amorosas
Que despertasse a paixão
Quando Deus formou as rosas

Mas quis o bom criador
Que uma lá do seu agrado
Fosse uma canção de amor
Neste país encantado

Ou por divina magia
Ou fosse lá pelo que fosse
Ao despontar certo dia
Caiu uma e desfolhou-se

Segundo a lenda nos narra
Foi disposta com cuidado
Nas cordas de uma guitarra
E dela nasceu o fado

CIDÁLIA MEIRELES

FADO do filme "Os vizinhos do rés-do-chão"



FADO

Se esta vida continua
Por mais uns dias escassos
As pedras da minha rua
Já te conhecem os passos

E quando passas vê lá
Há tantas pedras no chão
Que escusas de vir p’ra cá
Com sete pedras na mão

Se pelo teu negro desdém
Ou por um desgosto choro
Choram as pedras também
Nesta rua aonde moro

Mas enfim se eu não for tua
Sempre tua até ao fim
Que as pedras da minha rua
Se levantem contra mim

CARLOS RAMOS

MARIA SARDENTA ( )



MARIA SARDENTA

Menina dos meus olhos
Maria sardenta
São tristes os teus olhos
Que dor te atormenta

Chamaram-te sardenta
É todo o teu desgosto
Não digas a ninguém
As sardas no teu rosto
Até te ficam bem

Na tua carne viva
Em vez de mil dores
Na tua carne viva
As sardas são flores

Alegra o teu sorriso
Não sejas pessimista
Não penses nisso mais
A gente prende a vista
Aonde vê sinais

Feliz seria se deixasses
Matar o meu desejo que me tenta
Beijar-te os mil sinais das faces
Maria sardenta

Não penses nisso mais
A gente prende a vista
Aonde vê sinais
Menina dos meus olhos
Maria sardenta

LINDA LEONARDO

CARA A CARA ( Tiago Torres / Carlos Gonçalves )



CARA Á CARA

Não sei o meu coração
Se fartou da condição
De bater só por bater
Se um segundo é uma hora
Desde que te foste embora
E eu não te voltei a ver

Oiço barulho na rua
Quando a saudade insinua
Que te tirei da cabeça
E és tu quem por lá anda
De olhos na minha varanda
Á espera que eu apareça

O tempo pára e ficamos cara a cara
Como alguém que se prepara
Para matar ou morrer
Mas a verdade é que vejo a eternidade
A desfazer a saudade
Que tu me deste a beber

Passam dias passam meses
Com sorrisos muitas vezes
Mas com lágrimas também
E o tempo vem de mansinho
E ao ver-me faz-me um carinho
Sorri mas não se detém

Quando já nem penso em ti
E julgo que já esqueci
O calor dos teus abraços
Por um acaso ou por sina
Vou a dobrar uma esquina
E tropeço nos teus passos

O tempo pára e ficamos cara a cara
Como alguém que se prepara
Para matar ou morrer
Mas a verdade é que vejo a eternidade
A desfazer a saudade
Que tu me deste a beber

MARIANA SILVA

FADO MENOR ( )



FADO MENOR
Se eu de saudades morrer
Apalpa meu coração
Talvez eu torne a viver
Ao calor da tua mão

Estou cansada de esperar
E não te vejo aparecer
Não é p’rá admirar
Se eu de saudades morrer

Se após morta teres voltado
Em busca do meu perdão
Embora frio e parado
Apalpa meu coração

Se com tua mão fizeres
Meu coração aquecer
Num beijo que tu me deres
Talvez eu torne a viver

Então meu coração quente
Renascida paixão
Viverei eternamente
Ao calor da tua mão

MARIA JOSÉ DA GUIA

NÃO ME VENHAS VER AO FADO (Dr. Guilherme Pereira da Rocha / Fado Zé Negro)



NÃO ME VENHAS VER AO FADO

Não me venhas ver ao fado
Por favor passa de lado
Vou começar nova vida
Deixa que eu amor te esqueça
Ou pelo menos que pareça
Que de ti já estou esquecida

Não me venhas ver ao fado
Deixa cair no passado
Ventura que já morreu
Já bem basta esta maldade
Ó pena de uma saudade
Que é tão tua como eu

Não me venhas ver ao fado
Onde um peito magoado
Canta mágoas e revoltas
Mas se voltas qualquer dia
É de tanta ave -Maria
Que rezei pela tua volta

MARIA ALBERTINA

O MEU FILHO (José Galhardo / Raul Ferrão)



O MEU FILHO
Meu filho que coisas tem o destino
Ganhei-te a ti meu menino
Na hora em que eu me perdi
Meu filho foi deus que quis consolar-me
E que achou justo pagar-me
A dor cruel que eu sofri

Meu filho meu grande amor minha alegria
Sem ti meu bem eu morria
É minha alma quem te diz
Meu filho que ao pé de ti tudo me passa
E até bem digo a desgraça
Que me tornou tão feliz

Meu filho só há um amor não te iludo
O amor de mãe que dá tudo
Sem reclamar nada em troca
Meu filho se me pedisses um dia
A própria vida eu daria
P’ra ver sorrir essa boca

Meu filho só hoje sei quanto é de terno
O suave peito materno
Quanto afecto em si contém
Meu filho vai ser a ti meu doce enlevo
Que eu vou pagar o que devo

Á santa que é minha mãe

domingo, 11 de abril de 2010

LIANA

SEGREDO ( )



SEGREDO

Meu amor porque me prendes
Meu amor tu nao entendes
Eu nasci p'ra ser gaivota
Meu amor não desesperes
Meu amor quando me queres
Fico sem rumo e sem rota

Meu amor eu tenho medo
De te contar o segredo
Que trago dentro de mim
Sou como as ondas do mar
Ninguém as sabe agarrar
Meu amor eu sou assim

Fui amada fui negada
Fugi fui encontrada
Sou um grito de revolta
Mesmo assim porque me prendes
Foge de mim nao entendes
Eu nasci p'ra ser gaivota

DIAMANTINA

VEM BEBER VINHO NOVO ( )



VEM BEBER VINHO NOVO

Anda daí vem comigo
Ama a vida esquece o mal
Vem conhecer um amigo
Que se chama Portugal

Tem praias de areia branca
E praias de areia branca
Vem conhecer a Severa
Que qualquer fadista canta

Anda vem comigo beber vinho novo
E levas contigo Portugal e povo
Anda vem comigo beber vinho novo
E levas contigo Portugal e povo

Toiradas á portuguesa
Com forcados a pegar
Anda ver tanta beleza
Que Deus pôs ao pé do mar

E verás nossa Lisboa
Cheia de encantos tão belos
Mouraria e Madragoa
E Alfama no seu castelo

Anda vem comigo beber vinho novo
E levas contigo Portugal e povo
Anda vem comigo beber vinho novo
E levas contigo Portugal e povo

Anda ver toiros correndo
Na lezíria junto ao Tejo
Ceifeiras ceifando o trigo
Nos campos do Alentejo

Vem ouvir cantar o fado
Essa canção sem idade
E dirás em todo o lado
Portugal ai que saudade

Anda vem comigo beber vinho novo
E levas contigo Portugal e povo
Anda vem comigo beber vinho novo
E levas contigo Portugal e povo

quinta-feira, 8 de abril de 2010

MANUEL FERNANDES

AMBIENTE DO FADO (Adelino dos Santos / Frederico de Brito)



AMBIENTE DO FADO

Há quem fale do passado
Pra dizer bem do presente
E jure que o pobre fado
É o pecado de muita gente

Melopeia que’ inda existe
E a mesma graça contem
Mesmo assim alegra o triste
Nunca fez mal a ninguém

Quem nunca andou na mourama
E não viu Alfama das cigarreiras
Quem não entrou nas touradas
E nas patuscadas zaragateiras

Quem do povo andou ausente
E nunca o compreendeu
Desconhece o ambiente
Em que este fado viveu

Dizem que o fado existia
Só onde havia a tristeza
Mas cantou-se á luz do dia
Numa alegria bem portuguesa

Pode estar acostumado
A chorar o nosso mal
Mas que culpa tem o fado
Do azar de cada qual

MADALENA DE MELO

FADO ARMANDINHO ( )



FADO ARMANDINHO

Os olhos do meu amor
De travessos e ladinos
Sabem bailar com ardor
São dois grandes bailarinos

São mimos de sedução
São grandes doces profundos
Ai que loucuras me dão
Aqueles olhos tão lindos

Neste mundo em outros mundos
Que os crentes possam supor
Não há olhos mais profundos
Que os olhos do meu amor

LINA MARIA ALVES

FADO DA VIDA (J.Frederico de Brito)



FADO DA VIDA

Já vi que pensar em ti é tempo escusado
Chorar sofrer e calar tem sido o meu fado
Não é por vontade que a gente se prende
A quem por maldade nem nos compreende
Vocês não pensam talvez no mal que nos fazem
E nós ficamos mais sós com a dor que nos trazem

Por mais que me afronte tudo há-de passar
Os rios e as fontes contornam os montes e vão ter ao mar
Não sei do amor que deixei p’ra ai não sei onde
E então o meu coração já nem me responde
Só tenho a certeza d’um fundo desgosto
Alem da tristeza estampada no rosto

Também nem tu nem ninguém do amor me convence
Por ser até um prazer que não me pertence
Julguei-me envolvida num fado trinado
Mas vou convencida que o fado na vida é sempre arrastado

JOSÉ MANUEL OSÓRIO

FADO DA MEIA LARANJA (José Luís Gordo / Joaquim Campos)



FADO DA MEIA LARANJA

Ali á meia laranja
Meio inferno de Lisboa
Onde a morte anda a viver
Há milhares de olhos baços
A vida tem tantos braços
Para a morte se esconder

Por entre gente perdida
Jovens entregam a vida
Á loucura que se esbanja
E nas veias da tristeza
Tantas facas de pobreza
Ali á meia laranja

Há tanto cavalo á solta
Com chicotes de revolta
Num galopar que magoa
E há punhais de infelicidade
Ali se mata a idade
No coração de Lisboa

quarta-feira, 7 de abril de 2010

MARIA ALICE

FADO MENOR ( Fernando Teles / Popular )



FADO MENOR

Por eu vender o meu corpo
Olham p’ra mim com desdém
As ricas também se vendem
E tudo lhes fica bem

Ninguém censure a mulher
Que p’ra dar aos filhos pão
Depois de tudo sofrer
Ponha o seu corpo em leilão

Não há ninguém que suponha
Qual a cruz do meu penar
É ser mãe e ter vergonha
De meus filhitos beijar

JOSÉ MANUEL BARRETO

SENHORA DA NAZARÉ ( João Nobre )



SENHORA DA NAZARÉ

Senhora da Nazaré rogai por mim
Também sou um pescador
Que anda no mar
Ao bom largo da vida aproei
E as vagas sem fim
Está o meu barquinho de sonho
Quase a naufragar
As minhas redes lancei com confiança
Colhi só desilusões no mar ruim
Perdi o leme da esperança
Eu não sei remar assim
Senhora da Nazaré rogai por mim

Ao bom largo da vida aproei
E as vagas sem fim
Está o meu barquinho de sonho
Quase a naufragar
As minhas redes lancei com confiança
Colhi só desilusões no mar ruim
Perdi o leme da esperança
Eu não sei remar assim
Senhora da Nazaré rogai por mim

JOSÉ FREIRE

FADO DAS ISCAS ( )



FADO DAS ISCAS

No tempo das patuscadas
Das guitarras e touradas
Das hortas do carrascão
Eram as iscas o prato
De mais consumo e barato
Na vida dum cidadão
E ninguém se envergonhava
Toda a gente que passava
Entrava nessas vielas
A gente sentia-se bem
Simples simples era um vintém
Trinta reis se eram com elas

Se ao longe vinha um parceiro
E o cheirinho lhes sentia
Até mesmo apetecia
Come-las só com o cheiro
E a sua fama foi tal
E o povo então era vê-lo
Travessa do Cotovelo
E Rua do Arsenal

Hoje tudo isso mudou
A taberninha acabou
Desapareceram os becos
Os cocheiros são chouferes
Vigaristas suteneres
E os casqueiros papo secos

Se os meninos odaliscas
Comessem um prato de iscas
Daquelas bem temperadas
Morriam de ingestão
Não bebendo um garrafão
D’ água das Pedras Salgadas

JOSÉ COELHO

EU GOSTO DAQUELA FEIA ( Albino Paiva / Júlio Proença )



EU GOSTO DAQUELA FEIA

É feia mas gosto dela
Tenho-lhe tanta amizade
Como se fosse a mais bela
Das jovens da sua idade

É feia sim vejo bem
O meu olhar não se ilude
Tem raras prendas porém
Honra nobreza e virtude

Mesmo feia é a meu gosto
Gosto dela e com razão
Não tem beleza no rosto
Mas tem-na no coração

Se os homens almas daninhas
Só quisessem mulheres belas
Ai das feias coitadinhas
Ninguém casava com elas

Meu coração não receia
A calúnia rasteirinha
Eu gosto daquela feia
Feia sim mas é só minha

JOAQUIM PIMENTEL

PORQUE RAZÃO CORAÇÃO ( D.R. )



PORQUE RAZÃO CORAÇÃO

Porque razão coração
Se existem tantas mulheres
Porque razão coração
Somente àquela preferes

Logo essa que é casada
Com o meu melhor amigo
Escuta aqui coração
Eu estou zangado contigo

Diz o nono mandamento
Ser pecado desejar
Mas este amor é um tormento
Com o qual não posso lutar

Coração vê se me ajudas
A fugir á tentação
Quero esquecê-la não posso
Porque razão coração

terça-feira, 6 de abril de 2010

JOAQUIM CORDEIRO

ZÉ CALOTEIRO (Domingos G. Costa / Carlos Dias )


ZÉ CALOTEIRO

Quando eu era rapazote
Já ferrava o meu calote
E entre os meus não era eu só
Pois o meu pai que Deus tem
Já cravava a minha mãe
E minha mãe a minha avó

Ás vezes uma pessoa
Quer ser séria honrada e boa
Mas vem á mente o rifão
Que diz que é honra dever
Então crava por não querer
Desonrar a tradição

Sou caloteiro
Mas apontem-me o primeiro
Que neste mundo embusteiro
Nunca cravasse ninguém
E vou gozando
Enquanto os credores chorando
AI iludidos vão esperando
Pela massa que nunca vem

Fiz um dia um disparate
Cravei o meu alfaiate
E o tipo que era matolas
Com maldade vil e crua
Despiu-me o fato na rua
E fui p’rá esquadra em ceroulas

Sou sério creiam não minto
E o ser crava por instinto
Acho um feitio ordinário
E se não pago a quem devo
É que eu sou como descrevo
Caloteiro hereditário

segunda-feira, 5 de abril de 2010

ILDA SILVA

QUEM DIZ ( Carlos Conde / Pedro Rodrigues )



QUEM DIZ
Quem diz que o fado se aprende
Não conhece não entende
Suas doces melopeias
O fado para ser fado
Deve correr misturado
No sangue das nossas veias

Quem diz que o génio fadista
Só com palmas se conquista
Deve sofrer de ilusão
Fadista não é quem canta
É quem filtra na garganta
O que sente o coração

Quem diz que o fado não é
Uma cadência de fé
De uma toada imortal
Não conhece com certeza
A canção mais portuguesa
Das canções de Portugal

No fado p’ra se vencer
Não basta apenas manter
O amparo de gente amiga
O que é preciso é ter garra
Abraçar uma guitarra
E cantar uma cantiga