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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

RAQUEL TAVARES

ARDINITA (Linhares Barbosa/Jaime Santos)



ARDINITA

Ó minha mãe, minha mãe,
Ó minha mãe, minha amada,
Quem tem uma mãe, tem tudo,
Quem não tem mãe - não tem nada!

O ardinita, o João,
Levantou-se muito cedo
Porque tinha que estar cedo
À porta da redacção.
Trincou um naco de pão
Que lhe soube muito bem;
Antes de partir, porém,
Foi-se à mãe adormecida
Dizendo: Cá vou à vida
Ó minha mãe, minha mãe!...

A mãe, com todo o carinho."
Deitou-lhe a benção, beijou-o
E, depois, aconselhou-o:
«Sempre muito juizinho,
Não te enganes no caminho,
Não fumes, não jogues nada...
­ «Pode ficar descansada!...
­Disse ele, p'ra a iludir,
E tornou-se a despedir:
Ó minha mãe, minha amada!...

Cruzou toda a Madragoa
Apressado, a assobiar
Uma marcha popular
Do São João em Lisboa.
Nisto pensou: «É tão ,boa
A minha mãe!... E contudo
Como a engano, a iludo
E lhe minto, coitadinha!...
«Gramo» tanto essa velhinha!
Quem tem uma mãe, tem tudo!...

Neste calão repelente
Da gíria da malandragem,
Havia um quê de homenagem
Na sua boca inocente.
Chegou ao jornal, contente,
Sempre de alma levantada,
Mas, como o calão lhe agrada
Repete: - «Como eu a «gramo»!...
Tanto lhe quero, tanto a amo,
Quem não tem mãe, não tem nada!...

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